CGD empresta 200 milhões de euros ao BPN
CGD empresta 200 milhões de euros ao BPN
PAULA CORDEIRO e RENATO SANTOS
PAULO SPRANGER
O Banco Português de Negócios (BPN) recorreu ontem à Caixa Geral de Depósitos (CGD) para resolver uma situação emergente de falta de liquidez. Segundo o DN apurou junto de fontes ligadas ao banco presidido por Miguel Cadilhe, o BPN contraiu um empréstimo de 200 milhões de euros junto do banco público, para poder responder aos compromissos mais imediatos da sua gestão.
Este montante corresponde, grosso modo, aos resgates de depósitos feitos junto desta instituição ao longo da última semana, com muitos clientes do BPN a acorrerem aos balcões do banco, perante a insistência de rumores de que estaria a enfrentar dificuldades acrescidas face ao agravar da crise financeira.
Contactada pelo DN, fonte oficial do BPN não comenta "operações de financiamento junto de outras instituições", referindo que estas decorrem "do normal relacionamento entre bancos, no âmbito do mercado interbancário". Apesar de acrescentar que os montantes contratados não são divulgados, a mesma fonte disse ainda ao DN que os 200 milhões de euros em causa correspondem a "menos de 10% dos empréstimos contraídos pelo BPN junto do mercado interbancário".
Depois de o Expresso ter adiantado, no passado sábado, que o governador do Banco de Portugal estava preocupado com "dois pequenos bancos", referindo-se a uma reunião no banco central entre Vítor Constâncio e os presidentes dos cinco maiores bancos portugueses, adensaram-se os rumores em torno do BPN, como uma das instituições em causa.
Confrontado com estas especulações, o BPN desmentiu "categoricamente" a possibilidade de o banco estar a enfrentar problemas decorrentes da crise de liquidez que se vive um pouco por todos os mercados. O próprio Vítor Constâncio veio a público esta semana acalmar o mercado, referindo que os bancos portugueses são sólidos e que não se deve dar ouvido a rumores.
Os problemas financeiros enfrentados pelo BPN ao longo dos últimos tempos contribuíram para reforçar os receios de que a instituição poderia ter agravado a sua situação. Desde a saída da anterior administração liderada por José Oliveira Costa, em Fevereiro, que as autoridades de supervisão abriram processos de investigação relativos à utilização abusiva de sociedades offshores. A alegada gestão danosa no BPN chegou já ao Ministério Público.
O novo presidente do BPN, Miguel Cadilhe, traçou de imediato um plano de reestruturação logo que chegou à presidência do BPN e da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), a holding que detém o banco. Além de um aumento de capital de 300 milhões de euros e da venda de activos, o BPN está a negociar a entrada de um novo accionista, que tomará 45% do capital e permitirá um encaixe de 135 milhões de euros, até final do ano.|
[url]www.dn.pt[/url]
|