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Aqui fica um excelente artigo que acho que merece destaque, pelo menos eu gostei da forma como foi escrito e tem umas boas verdades nela, de Helena Garrido, e recomendo a leitura, mesmo que rápida:
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Do que precisamos é de uma (boa) inflação
Os bancos centrais foram tão bem sucedidos no combate à inflação que transformaram a vitória em derrota. Olhando para o passado, podem perfeitamente ser acusados de terem lançado as sementes da actual crise. E hoje procuram, ironicamente, inflacionar a economia.
Os bancos centrais foram tão bem sucedidos no combate à inflação que transformaram a vitória em derrota. Olhando para o passado, podem perfeitamente ser acusados de terem lançado as sementes da actual crise. E hoje procuram, ironicamente, inflacionar a economia.
O Banco de Inglaterra recebeu ontem autorização do governo para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação na economia. O primeiro a fazer isso foi a Reserva Federal, que vai até mais longe, actuando neste momento quase como um banco para empresas ao comprar papel comercial. O banco central do Canadá anunciou no início da semana que também vai imprimir dinheiro novo. O BCE afirma que admite todas as opções.
Vivemos efectivamente tempos muito excepcionais. O poder de imprimir dinheiro novo para "pagar as contas" esteve vedado durante décadas e ensinado nas escolas de economia como uma das maiores ameaças à estabilidade macroeconómica. O poder monetário foi, em parte, transferido das mãos dos políticos para as dos tecnocratas, com o objectivo de evitar a perigosa facilidade de imprimir moeda para pagar dívidas. A proibição de financiamento monetário dos défices públicos é um dos requisitos para se entrar no euro. E eis que repentinamente é o próprio BCE que admite usar esse poder.
Nenhuma solução é absolutamente má, como nenhuma é totalmente boa. A queda da inflação para valores próximos de zero levou as taxas de juros para níveis tão baixos que incentivou a busca de remunerações com números mais altos, que não necessariamente mais elevadas.
A ilusão monetária parece fazer falta à estabilidade da economia. A inflação, bem doseada, parece contribuir para a estabilização dos mercados financeiros.
Estas conclusões podem parecer precipitadas. Mas neste momento todos parecem ter uma certeza: é preciso inflacionar a economia, evitar com todas as armas a mais terrível das crises, a deflação.
Os economistas sabem muito bem combater a inflação. Há folhas e folhas sobre as vias de reduzir o ritmo de crescimento dos preços, sabendo-se que basta provocar uma recessão, que o problema se resolve. Os banqueiros centrais mostraram que sabem estabilizar a inflação. Já mostraram menos conhecer qual é a inflação ideal.
A velha receita de Keynes - se for preciso, ponham até as pessoas a abrir e fechar buracos e dêem-lhes um salário - funciona apenas parcialmente. Neste momento temos uma recessão com ameaça de deflação e efectivo medo do futuro e dos bancos, que nos conduz a uma precaução extrema que leva a poupar e, no limite, a levar o dinheiro para casa.
No tempo de Keynes, a economia não era financeira, seria, quando muito, monetária. Ter o dinheiro em casa em vez de o depositar no banco tem hoje um efeito muitíssimo mais nocivo para a actividade da economia do que tinha no tempo de Keynes.
Encharcar a economia de dinheiro é um importante contributo para evitar a deflação e retirar as economias da recessão. Um pouco de inflação será boa para a economia, combatendo o excesso de precaução e estimulando o consumo. Afinal, a inflação também pode ser boa.
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