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Cires volta a negociar e dispara 23% para se aproximar do valor da OPA da Shin-Etsu
As acções da Cires negociaram, hoje, pela primeira vez desde que foi anunciado o lançamento da oferta pública de aquisição (OPA) da Shin-Etsu. Os títulos dispararam mais de 23%, mas não ajustaram aos 1,70 euros oferecidos pela química japonesa, valor contestado pela ATM.
Na terça-feira, as acções da Cires foram suspensas de negociação por determinação da CMVM, aguardando a divulgação de informação privilegiada. Ao final do dia, a Shin-Etsu anunciou o lançamento de uma OPA sobre a empresa. A suspensão só foi levantada ontem, a meio da manhã, mas as acções não negociaram dada a discrepância entre o valor das ordens de compra e de venda.
Hoje, pela primeira vez desde o anúncio da OPA, as acções da Cires negociaram. Foram transaccionadas 11.018 acções da empresa, fazendo disparar em 23,2% a cotação. No final de sessão de hoje, cada título da Cires estava avaliado em 1,54 euros, valor ainda algo distante dos 1,70 euros oferecidos pela química japonesa.
A Shin-Etsu, que controla 26,07% do capital e assinou um acordo com a INEOS que lhe permite elevar a posição para 52,31%, avançou com uma proposta de 1,70 euros, um prémio de 36% face à última cotação da Cires, antes do anúncio da oferta de aquisição.
Este valor “excede o preço médio ponderado das acções da Cires nos últimos seis meses, que corresponde a 1,32 euros”, salientou a Shin-Etsu, no mesmo comunicado. No entanto, ontem, a Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais (ATM) veio manifestar-se contra a contrapartida.
A ATM considera que o valor oferecido “não se encontra devidamente justificado e é insuficiente”. Acrescentou que “o preço médio ponderado das acções da Cires, apurado no mercado regulamentado nos últimos seis meses que antecederam o anúncio preliminar de OPA, não é representativo da vontade dos accionistas da Cires”.
Neste sentido, a ATM decidiu contestar junto do regulador o valor da contrapartida. Para a ATM o “valor justo da OPA deverá ser fixado por um auditor independente” designado pelo regulador do mercado, a CMVM.
Contactado pelo Negócios, fonte oficial do regulador afirmou que a contrapartida oferecida “terá de ser analisada no âmbito do processo de aprovação das condições da oferta”. Para já, a CMVM está ainda a analisar o anúncio preliminar, nomeadamente as condições impostas para a materialização da oferta. Também ainda não deu entrada qualquer documentação para o prospecto da oferta, acrescentou a CMVM.
In [url=http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=344890]Jornal de Negócios[/url]
Parece que nem as OPA's são o que eram com esta recessão.
As OPA's já não são o que eram
