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Por Defeito Almeida Santos e o Salário dos Deputados

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Almeida Santos concorda com fim dos plenários às sextas-feiras

O ex-presidente da Assembleia da República, Almeida Santos, afirmou, esta sexta-feira, concordar com a proposta apresentada pelo deputado do PSD, Guilherme Silva que, no Fórum da TSF da passada terça-feira, defendeu o fim dos plenários às sextas-feiras.
In [url=http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1058362]TSF[/url]

Até aqui parece um assunto vulgaríssimo, mas, vamos verificar melhor a questão...

Quem me levou a procurar esta notícia foi um amigo que me disse tê-lo visto a falar na TV, e que ele referiu muito mais, infelizmente não posso confirmar pois ainda não vi, mas o que me foi dito é que ele teria dito que não pagam o suficiente aos deputados para eles serem só deputados e que eles não são nenhuns escravos do sistema e que sexta-feira seria o início do fim-de-semana, e o problema das faltas nas votações, é a de estas terem sido feitas à sexta-feira, daí as faltas às mesmas.

Esse meu amigo disse-me com ar de revolta (e com razão) outra coisa, que eles ganhavam APENAS mais um ZERO que o ordenado mínimo. Ou seja, uns poucos milhares de euros para estarem ali sentados a fazer o que todos nós sabemos.

Agora, alguém que tira mais de 4000€/mês, acha que não devia trabalhar nas sexta-feiras à tarde porque não são escravos do sistema.

Se são escravos do sistema ao estarem a ter o trabalho que têm (que temos ideia de qual é), e não querem trabalhar sextas-feiras à tarde devido ao seu aparentemente muito pesado trabalho, o que dizer do resto mais de 99% da população?

O que serão as pessoas que ganham não 4000€/mês mas sim 10 vezes menos, uns 400€ ao mês, e outras que não se importariam de ganhar nem que fosse 300€/mês nas obras apenas por não terem emprego?

E se 99% da população ganha menos que os nossos srs. deputados, teriam o mesmo direito de deixar de trabalhar às sextas-feiras à tarde, e talvez também de manhã, e quem sabe quintas, e quartas, por não se sentirem com obrigações para com as suas entidades patronais?

Como ficaria o nosso país se todos nós pensassemos da mesma forma como os srs. que temos na Assembleia da República a ditar o destino da nossa Nação?

E como irá o país evoluir se os nossos deputados pensam desta forma?

A resposta é simples, não evolui, ou evolui como tem evoluído nos últimos 30 anos, estando nós na cauda da Europa, aquele que foi já o maior império do mundo na dinastia Filipina ou mesmo um dos maiores sozinhos mesmo, agora somos apenas um país na cauda da europa que temos deputados a ganhar 10 vezes mais que o ordenado mínimo (e ainda a ganharem fora do emprego com outros empregos pela conversa de muitos), e a queixarem-se de ganharem pouco.

Quem trabalha por amor à Nação e "à camisola", a meu ver, nunca falaria assim, e trabalharia por muito menos a meu ver, até por 500€ faria o trabalho que fazem actualmente, por trabalharem por gosto e não por dinheiro, até de graça trabalharia quem pudesse fazê-lo. O que me leva a concluir, segundo o meu pensamento, que quem fala assim possivelmente não trabalha por amor à camisola, então trabalha por quê?

A minha solução é simples, e nem me refiro já a reduzir deputados por termos dezenas de vezes maior número de deputados que vários países maiores que nós (em proporção percentual).

Eu cortaria os ordenados de muitos cargos deste género, a níveis que rondassem os 1000€ ao mês ou pouco mais, e acreditem que teríamos muita oferta de muita gente bem capaz, e com muito amor à camisola, com muita vontade de mudar o país, e que trabalhariam aos fins-de-semana se fosse preciso. É como o típico caso do Rico que quer parecer pobre enquanto conquista uma mulher para ter a certeza que ela gosta dele e não do dinheiro dele. Aqui seria igual, ordenado baixo, e quem viesse era mesmo por gosto à função e não pelo dinheiro. E retirar a reforma antecipada e cumulativas, etc!

Para mim, era colocar quem tem amor ao trabalho e ao desenvolvimento da nação, e não quem se queixa de não ganhar o suficiente e achar que por ganhar o que ganha deveria descansar alguns dias de semana quando o povo ganha 10 vezes menos em média e trabalha se preciso 7 dias por semana.

Quem não quisesse cumprir os dias mínimos de trabalho com o salário enormíssimo que tem, bem superior ao que a meu ver deveria ser, pois pela lei da oferta e procura há muita procura por esse tipo de empregos, pelo que poderíamos baixar bastante o salário e ter ainda muitas pessoas bem capazes de estar lá, deveria dar lugar a quem merecesse mais e tivesse mais amor ao que faz.

Queremos quem trabalhe por amor à camisola e não ao dinheiro, logo, cortar no dinheiro, e só fica quem tem amor ao trabalho. Só assim o país evoluíria a meu ver.

E fico cada vez mais triste ao ver falar desta forma pessoas que acima de tudo deviam mostrar muito mas muito trabalho mesmo para ganhar o que ganham a fazer o que fazem. Que péssimo exemplo a meu ver nos dão os nossos políticos. E se ganham mais lá fora, dediquem-se ao que fazem lá fora, para quê acumular empregos e retirar o salário a quem precisa e andou a estudar na Universidade para isso?

PS: Têm parte da gravação (não toda), aí no link da TSF.



Já agora, devo não ter reparado na notícia toda, aqui fica completa:

Citar:
Almeida Santos concorda com fim dos plenários às sextas-feiras

O ex-presidente da Assembleia da República, Almeida Santos, afirmou, esta sexta-feira, concordar com a proposta apresentada pelo deputado do PSD, Guilherme Silva que, no Fórum da TSF da passada terça-feira, defendeu o fim dos plenários às sextas-feiras.

Almeida Santos concordou com o deputado Guilherme Silva na defesa dos plenários às sexta-feiras e justificou esta decisão com o facto de os deputados terem direito à vida pessoal e, principalmente, à vida profissional.

«Os deputados têm a sua vida profissional, não se paga aos deputados o suficiente para eles serem todos apenas deputados, sobretudo quando são profissionais do Direito ou fora do Direito. Um advogado que tem um julgamento, não pode não pode estar na Assembleia e no julgamento ao mesmo tempo. Há justificações para as faltas», sublinhou.

O responsável afirmou que talvez seja melhor não obrigar os deputados a votações em vésperas de fins-de-semana, na Assembleia da República, como se de um emprego se tratasse.

«Talvez esteja errado é que as votações sejam à sexta-feira, é preciso arranjar horas para a votação que não sejam as horas em que, normalmente, é mais difícil e mais penoso estar na Assembleia da República», considerou.

Almeida Santos recordou outros tempos, quando foi presidente da Assembleia da República e não havia votações à sexta-feira porque os deputados também faltavam, embora reconhecendo que faltavam menos do que actualmente.

«No meu tempo não havia votações à sexta-feira, porque já sei que é a véspera do fim-se-semana. Os deputados são humanos, não são máquinas», defendeu.

Para além do fim dos plenários à sexta-feira, o ex-presidente da Assembleia da República defendeu ainda um aumento de salário para os deputados para melhorar a imagem dos mesmos e credibilizar a classe política portuguesa.

Esta polémica teve início há cerca de uma semana, quando vários deputados da oposição faltaram às votações, em plenário, apesar de alguns terem assinado o livro de ponto.

Ouvida pela TSF, Marina Costa lobo, socióloga no Instituto de Ciências Sociais de Lisboa, defendeu que estes casos não dão boa imagem dos parlamentares.

A responsável defendeu um maior rigor por parte das lideranças das bancadas parlamentares.
In [url=http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1058362]TSF[/url]

E continuo a achar que ou certas pessoas deveriam dar o lugar na advocacia a outras pois há tantos advogados a querer começar carreira e desempregados, ou dar lugar na política a outros com tempo suficiente para lá estar a full time, pois parece-me que 4000€/mês já daria para alguém ter uma vida boa só com um emprego.

Eu pessoalmente não gostaria de ser egoísta (a meu ver) ao ponto de querer vários empregos só para mim, há que dar lugar aos outros em tempo de crise e desemprego elevado. E ver estudantes de Política que nunca arranjarão trabalho no que querem devido a certos cargos políticos estarem a ser ocupados por advogados e outro pessoal com outras funções que até lhes prejudica o exercício de funções como acabamos por ouvir nestas afirmações que me enchem de tristeza.

E já agora, não são apenas 4000€ que estão em jogo.

Vamos fazer contas agora:

Se em Portugal Continental tivermos... 220 deputados, o dinheiro do Zé Povinho que se gasta com eles?

Ahh, faltam os Açores e Madeira! Se há distritos nossos com um número perto da população do distrito da Madeira e Açores com apenas 3 ou 4 deputados, a Madeira e Açores deveriam ter mais ou menos 3 ou 4 deputados cada? Não, Madeira ronda salvo erro uns 73 deputados e Açores uns 57. Mais de dez vezes mais deputados por eleitor do que no continente.

Ok, já temos número maior, uns 350 deputados. Imaginem que são só os 14 meses por ano de gastos, quanto gastamos nós por ano com eles, para trabalharem árduamente pelo nosso país?

350 deputados * 14 meses * 4000€/mês = 19.600.000€/ano.

Mas isto não é nada, é uma ilusão.

E isto sem contar com os gastos das reformas, com despesas extra, com as enormes equipas associadas, acessores, gastos com carros, viagens, e não esquecendo que se um simples Chefe de uma Câmara pode ganhar uns 2 ou 3 mil euros mês, nem queiram tentar fazer as contas ao que se pouparia se não tivessemos deputados.

Vejam:

«A Assembleia Legislativa da Madeira, com 47 deputados, gastará 17 milhões de euros em 2009, mais sete milhões que o parlamento dos Açores com 57 mandatos.»

In [url=http://camaradecomuns.blogs.sapo.pt/689734.html]Câmara de Comuns[/url], ao que parece retirado de (22.11.2008, Tolentino de Nóbrega In Público.pt).

Regra três simples: Se uns 50 deputados derem uns 17 milhões de gastos, 7 vezes mais dariam uns 119? E nem falo do resto de cargos.

O dinheiro que se poupava reduzindo o número de deputados ou apenas os seus salários, daria para construir vários hospitais por ano, dar melhor qualidade de vida às pessoas, reduzir impostos, etc. Está o país a regredir, as pessoas a terem um mau sistema de saúde, etc, devido à falta de dinheiro no Estado que anda a pagar dezenas de milhões a cargos políticos representados por pessoas que dizem não receber o suficiente para exercer funções.

Eu pessoalmente, não me sentiria bem a receber tanto dinheiro do Estado, para ter um cargo como deputado, sabendo que o povo estaria a passar mal como passa. E muito menos teria coragem para dizer que não recebo o suficiente. Mas isso sou eu... Parece que há quem não pense assim...
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Última edição de Crashh : 13-12-2008 às 02:43.
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