Guerra do Iraque e o Petróleo
A guerra do Iraque teve várias origens. Tempos atrás, em 2 de Agosto de 1990, mais de 100.000 tropas Iraquianas invadiram as fronteiras do Kuwait para ocupar o território.
Por um lado, havia uma disputa territorial num campo muito rico em petróleo o Rumaylah, que acho que pertencia ao Iraque (aí é que está, acho, nem sei e acho que possivelmente nem eles sabiam), e o Iraque acusada o Kuwait de extrair ilegalmente de lá uns biliões de dólares em petróleo.
Por outro, o Iraque acusava o Kuwait de produzir em excesso petróleo junto com os Emiratos Árabes, fazendo o preço do petróleo cair na época e causado perdas inesperadas de biliões de dólares ao Iraque (e assim tornando mais difícil o estilo de vida do ditador Saddam Hussein com os seus não sei quantos palácios de ouro lol).
Além disso o Iraque ficou com uma dívida de umas dezenas de biliões de dólares ao Kuwait desde a guerra do Irão-Iraque, e a outros países do Golfo, e exigiu que metade dessa dívida, uns 15 biliões, que era devida ao Kuwait, fosse retirada, alegando que a sua luta contra o Irão teria protegido o resto dos seus vizinhos árabes, mas esses países vizinhos consideraram isso algo impensável e não lhes perdoaram a dívida.
Claro está, o Iraque não quis sair do Kuwait, apesar da reacção forte da comunidade internacional, que exigia a imediata retirada das tropas iraquianas, como fez agora com a Rússia e a Ossétia, só que neste caso a Rússia estava certa pois esteve a defender civis Russos numa zona, a Ossétia do Sul que já era independente, apesar de não reconhecida, há mais de 15 anos, e que a Geórgia invadiu e estaria lá a cometer uma carnificina, enquanto que o Iraque não teria qualquer razão em invadir o Kuwait.
Em 1990-11-29 o Conselho de Segurança das Nações Unidas fixou um prazo para 15 de Janeiro de 1991, para que o Iraque retirasse as suas tropas do Kuwait, caso contrário a Comunidade Internacional tomaria as medidas necessárias para corrigir a situação. Até aqui tudo perfeito, a Comunidade Internacional agiu bem.
No famoso dia de 17 de Janeiro de 1991, lá ocorreu a famosíssima operação "Desert Storm", e foi aquele cenário "lindo" de ver milhares de tanques a passarem por 1 ou 2 ou 3 tanques isolados do Iraque hehe.
Claro está, acabou por anunciar o Iraque que iria aceitar incondicionalmente as resoluções das Nações Unidas, e a guerra terminou. Tudo correu bem, o pai do Actual Bush, o Bush sénior, no poder na época, famoso por outras questões como prometer não subir os impostos etc e irritar o povo lol, acabou por sair e portou-se relativamente bem.
Apesar disto, foram impostas sanções económicas e de armamento ao Iraque (óbvio), e houve uma demarcação formal da fronteira entre o Kuwait e Iraque, supervisão a longo prazo do armamento do Iraque, etc.
Cronologia da guerra aqui: [URL]http://www.desert-storm.com/War/chronology.html[/URL]
Houve um comité especial das Nações Unidas, dedicado a destruir todas as armas de destruição massiça do Iraque, algo que durou pelo menos até 1999.
Em 1998, após muitas divergências entre o Iraque e a inspecção de armamentos, acabou por ter de ser lançada a operação "Desert Fox", e lá tentaram com uma intensiva campanha de bombardeamento, a "Desert Fox", degradar as capacidades do Saddam em fazer novas armas (disseram que seria degradar e não eliminar segundo alguns oficiais administrativos do Clinton na altura).
Bill Clinton ainda assinou o Pacto de Libertação do Iraque (HR 4655) para criação de fundos de apoio a grupos de oposição do Saddam Hussain na tentativa de o remover do poder e criar uma democracia.
A Arábia Saudita na altura, junto com os Emiratos Árabes e outros, já tinham negado apoio a qualquer operação militar e uso de bases locais por parte dos USA para os ataques contra o Iraque, mas foram feitos de qualquer das formas.
Houve até o famoso programa "Oil-for-Food" em que se deixava o Iraque exportar 2 biliões de dólares de petróleo a cada 6 meses sob supervisão das Nações Unidas desde 1996 para combater a crescente crise humanitária no Iraque, que passou a uns 5 biliões em 1998, e acabou por ser terminada em 1999.
Mas como é que isso afectou o Petróleo?
Nada do outro mundo, vejamos:
Como se pode ver nada de especial, ir aos 40 dólares já era muito.
Até que um dia o Bill Clinton acaba por sair do poder, no seu primeiro mandato tinha terminado com + de 500 biliões de dinheiro extra nos cofres do Estado, e no segundo mandato acabado ainda com bem mais que 100 biliões, apesar de todas as despesas das pequenas operações.
O George Bush é diferente, irá terminar os seus mandatos com muito mais que isso e do lado oposto (deficits) e com dívidas externas de uns 10 mil biliões de dólares, ou 10 triliões, poderão ver a crescente dívida neste engraçado relógio: [URL]http://www.brillig.com/debt_clock/[/URL]
O arbusto júnior (lol), após os ataques de 11/09, viu ali a sua oportunidade para se desculpar e invadir finalmente o Iraque, agora já enfraquecido e desarmado e em crise após tantos anos de controle, tudo parecia perfeito, apesar de contra as Nações Unidas e contra vários aliados dos USA que eram contra a invasão, lá decidiu invadir o Iraque com mais de 100.000 tropas americanas. O país que curiosamente censurou a Rússia por invadir a Ossétia e Geórgia devido à chacina que lá estava a ser feita e para por na ordem, sem pedir opinião ao mundo.
Até houve várias manifestações, uma em Roma teve 3 milhões de manifestantes e entrou para o Guiness, contra a guerra.
O Bush não quis saber e invadiu o Iraque.
No gráfico acima vêem uma subida entre os 20 e os mais de 140 dólares nos mandatos do Bush, e a queda do Dólar face ao Euro foi óbvia também, tendo o Euro valorizado desde a casa dos 0.8000 em que se encontrava em 2001 2002, para os perto de 1.6000, tendo duplicado o seu valor face ao dólar.
A bolha especulativa rebentou nos mercados no início deste milénio, o Petróleo fartou-se de subir, gastos incríveis foram feitos pelo Bush na guerra entre outros, e não só.
Crise do SubPrime
Agora o SubPrime que tanto se fala, o que é? Basicamente temos uma definição super básica: "Subprime refers to a borrower that is not 'prime'".
Básicamente, aquelas pessoas que não têm boas condições para pedir crédito e o pedem na mesma. São empréstimos dados a essas pessoas que têm vários factores de risco como baixo nível de rendimentos, baixos níveis de endividamento, história de créditos, situação de emprego, etc.
Segundo algumas estatísticas, dizia-se que ultrapassava os mil biliões de dólares os créditos de hipotecas subprime, em mais de 7 milhões e meio de créditos desse género, numa média de uns 150.000 dólares por cada (contas de cabeça).
Diziam também que por Outubro de 2007 já haviam uns 1/6 desses créditos em situações de incumprimento execuções de hipotecas, e hoje em dia:
Vejam esta notícia em que dizem que em Agosto já existiam 304.000 proprietários em fase de execução de hipotecas: [URL]http://diarioeconomico.com/edicion/diarioeconomico/internacional/economia/pt/desarrollo/1164268.html[/URL]
É algo de avassalador para qualquer economia.
Com as execuções de hipotecas vem outro problema, o de muitos dos empréstimos terem sido dados numa altura em que havia uma subida enorme nos preços das casas, e hoje em dia assistimos a uma desvalorização das mesmas, logo, vejamos situações deste tipo:
Os bancos queriam dar empréstimos o mais possível, pois julgavam no futuro receber o dinheiro de volta com juros e ter lucro. Não contaram com certos factores porém.
Agora imaginemos que um casal quer uma casa de 100.000 de preço, e a casa segundo o banco não valeria sequer 85.000. Muitas vezes os avaliadores esticavam o valor da casa para os 110.000 para lhes conceder o crédito. Imaginemos que depois, há uma desvalorização da casa e ela passa não de 85.000 mas para uns 60.000 ou 50.000 em preços de mercado.
Com uma execução da hipoteca (mesmo que o banco conseguisse vender uma casa pois ninguém as compra hoje em dia), se o banco sacasse 50.000 da casa já era muito. Então e os 100.000 dados?
O Banco não recuperaria metade do empréstimo, nem as pessoas pagariam 50.000 ao banco para o compensar, pois se estão em execução de hipotecas é porque não têm dinheiro.
Ficam famílias na miséria assim, sem casa, sem dinheiro, e os bancos com elevadíssimas perdas.
É um fenómeno grave causado pela bolha especulativa imobiliária nos USA, que fez subir preços das casas a níveis elevadíssimos, juntamente com muitos subprimes, muitos empréstimos mal concedidos, que acabaram por ver os bancos sem capacidade para sobreviver quanto as pessoas deixariam de conseguir pagar empréstimos e com os preços das casas em queda e sem compradores.
Vejamos os casos dos bancos
Fannie Mae e
Freddie Mac, duas companhias que tinham juntas, mais de metade dos créditos hipotecários dos USA! e que faliram.
Não fosse o FED americano ajudar esses bancos com uns quantos biliões para eles sobreviverem, e seria um gigantesco rombo na história da economia Americana.
A mesma sorte não têm tido outros mais de dez bancos que já faliram por lá (dos que vi apenas pois há mais) que o FED não ajudou, e a Lehman Brothers é outro banco que está a falir com a já falada queda de mais de 80% em poucos dias noutros tópicos.
Depois há o demónio da deflacção que se aproxima e que muita gente associa logo à Grande Depressão. Uma pequena deflacção até seria boa mas aquela espiral deflaccionária causada por uma economia fraca é de temer muito, empresas a cortar empregos e baixar preços por a economia abrandar, ter menos lucros, levar à perda de consumidores, que por sua vez levam a mais empresas falirem e maior quebra de lucros e mais despedimentos, uma espiral interminável que considero bem pior que a inflacção.
Tenta-se controlar a inflacção subindo taxas de juros e assim inibir o consumo e investimentos, mas ao mesmo tempo tem-se sempre presente o medo de se entrar numa espiral deflaccionista, e as tarefas nem sempre são fáceis.
Uma coisa boa nas deflacções sao as obrigações de tesouro pois fazem pagamentos fixos ano após ano, e numa deflacção, ao contrário do fenómeno da inflacção, os pagamentos fixos valem mais ano após ano. Assim a deflacção puxa as taxas de juro para baixo, e a inflacção puxa-as para cima.
Os bancos centrais vão tentando controlar a inflacção sem correr grandes riscos de originarem deflacções, mas a tarefa não é fácil e com isso vão também dificultando a vida às empresas e pessoas, mas é um mal inevitável, a inflacção não para de subir devido ao petróleo entre outras coisas, enquanto que outros produtos que não se queriam neste caso que descessem como as casas vão perdendo valor.
Os USA estiveram largamente preocupados com a Deflacção, e tiveram de tomar medidas. Todo este tipo de medidas e problemas afectam-nos a nós também directamente.
Por outro lado, um dólar baixo torna as importações mais caras, que junto com taxas de juro baixas e cortes nas mesmas que houve nos USA acabariam inevitávelmente por levar a economia atrás, e causando inflacção.
Algumas coisas sobrem de preço quando não deviam (como o petróleo), e outras caem de preço quando não deviam (como as casas e criar problemas aos bancos).
Temos assim o pior dos dois mundos em simultâneo, referindo-me apenas em relação a produtos no geral e não ao resultado final da Inflacção na economia que tenderá para subir.
O grande génio das finanças George Soros, que foi contra a eleição do Bush e até apoiou o Kerry e na altura avisou que o dólar iria cair muito mesmo, não esquecendo que este foi o senhor que colocou o Banco de Inglaterra de Joelhos no início dos anos 90, já nos está a alertar que o sistema financeiro mundial está "à beira da ruptura", e ele normalmente sabe o que diz, há grande razão nas palavras dele, apesar de não podermos prever o futuro.
Ele alerta para um período de contracção na Europa derivado de uma grande depressão económica nos EUA.
Estudos de Bancos Suíços dizem o mesmo.
Depois há a questão do Bush. Já sabemos como a CNN manipula os media, ainda há poucos anos a maioria dos americanos em sondagens ainda pensava que foram realmente encontradas armas de destruição massiça no Iraque! quando tal não foi encontrado. Quando foi da invasão da Rússia à Geórgia para defender o povo da Ossétia, a Euronews contou a verdade, comentadores políticos referiram que o ataque foi da Geórgia que estaria a cometer genocídio e que a Rússia agiu bem, mas na CNN escondiam parte da verdade e só mostravam "Russia invades Georgia".
Para quê? O velho truque do Hitler, incutir medo no povo para o levar à guerra. Resulta sempre... Passado uns dias, era mais que certo, aparece o Bush num discurso a dizer que estamos em tempo de guerra, e nestes tempos é preciso homens fortes no poder, como o herói de guerra Mc Cain, e que os USA devem atacar antes de ser atacados.
A Geórgia não passou de uma jogada política para colocar o Mc Cain no poder. A meu ver, se o Mc Cain é eleito em vez do Obama (apesar de este último poder não ser a melhor pessoa para o poder mas enfim será melhor que o outro), contemos certamente com guerra.
E qual será o próximo passo do Bush/Mc Cain? Possivelmente um ataque ao Irão. É sabido o que o Irão pretendeu ao criar uma Bolsa de Petróleo transaccionada em Euros, e ao tal acontecer, o Dólar, que é aquela moeda que domina o mundo e dá aos USA o poder que eles têm, acabará por cair ainda mais e a recessão enormíssima que os USA iriam sofrer seria inevitável. E tão mal estão os USA, dívidas, problemas, bancos a falir, economia a ficar de rastos, que se o Dólar perdesse o poder que tem, viveriam uma depressão bem pior que a dos anos 20, mas desta vez sem os sistemas de ajuda pública para darem a sopa dos pobres a quem precisa. Seria algo muito terrível e que levaria a Europa abaixo por arrasto, eu sou um desses "profetas da desgraça" que defende que a crise pode estar numa fase inicial de algo bem pior que estará para vir.
Resultado
Ou seja, petróleo a subir, a maior economia americana a ficar de rastos, a bolha especulativa imobiliária dos USA que rebentou, a deflacção nos preços das acções e redução de capacidade de auto-financiamento das empresas, a inflacção dos preços de combustível e outras coisas, aumento de desemprego que virá, desvalorização do dólar, despesas enormíssimas com a guerra, dívida externa de uns 10 triliões de dólares (10.000.000.000.000 dólares), já imaginam né?
Basicamente se mais 2 ou 3 coisas correrem mal e os USA entram numa recessão profunda que virá para durar e nos levará por arrasto.
Quem está a lucrar com a crise e de quem é a culpa?
Quem está a lucrar com a crise neste momento é simples, as empresas de armamento americanas, as petrolíferas, os governos que têm petróleo e o estão a vender a preços altíssimos como o Dubai que está a construir pequenos paraísos artificiais para o turismo, etc.
E os especuladores que têm vindo a ganhar dinheiro com as subidas dos preços do petróleo.
Imaginemos que há 1 milhão de investidores no mundo e que cada um deles investe em média 10.000 euros. Daria 10 biliões de euros não? Mas esquecemo-nos que podemos alavancar nos futuros. Imaginemos que são alavancados a 10/1, estarão a ser investidos 100 biliões de euros no Petróleo.
São muitos mais traders do que estes, por vezes alavancam mais, e muitos deles investem bem mais do que 10.000 euros de média. Ou seja os 100 biliões de euros são um exemplo. Os especuladores acabam por ter um papel bem mais importante do que se pensa. Imaginemos que o preço do petróleo estaria a 20 euros (ou dólares é quase igual em contas de cabeça) há uns tempos.
Vamos dividir 100 biliões de euros por 20: daria uma compra de 5 mil milhões de barris de petróleo feitos por especuladores (não precisam de ficar com os barris no fim dos contratos de futuros como se sabe, ou seja são compras de material real mas de forma virtual não concretizada). Para se ter noção, a Arábia Saudita produzia em tempos uns 10 milhões de barris de petróleo por dia, ou seja, levaria 500 dias a produzir a quantidade que calculei acima numa base mesmo puramente hipotética.
O que pensei acima são apenas hipóteses longe da realidade que não sei qual é, é só para termos ideia do peso dos especuladores no petróleo.
São outras pessoas que ganham dinheiro com isto. Os traders, especuladores dos mercados de futuros.
Quanto aos nossos empresários, há muitas ovelhas negras entre eles, mas não podemos esquecer que eles são parte fundamental do motor da nossa economia.
O empresário é o único que tem o dinheiro e a reputação em risco e empenhada, como um amigo meu costuma dizer, e é por vezes deixado em xeque pelos seus próprios e trabalhadores e pelo Estado.
Os trabalhadores também não ajudam. Na TAP por exemplo, vejamos o caso dela que está bastante mal, e que os trabalhadores têm a mania de fazer greves e paralizar a empresa e levá-la ainda mais abaixo só porque querem aumentos superiores, etc, mesmo quando os seus dirigentes dão o exemplo paralizando o que têm, e mesmo sabendo que podem ficar sem emprego, não arredam pé.
Porque raios, somos acho eu o país da Europa com menos horas de trabalho por pessoa por semana em média, e porque temos tanta mania em fazer greves e querer mais e mais e mais em alturas de crise quando as empresas realmente precisam que trabalhemos mais e paralizar os nossos salários como foi feito à função pública? Os trabalhadores que andaram em greves na TAP e que acabarem por ser despedidos por a empresa estar tão mal, acabam por levar em cima com aquilo que ajudaram a provocar: prejuízos na empresa.
Há muitos empresários maus, e egoístas, mas o trabalhador é na maioria das vezes egoísta também, egoísta não só porque se queixa sem ter iniciativa para criar o seu próprio emprego e dos outros e refilar por condições melhores, como por preferir estar a trabalhar o menos possível e ganhar o mais possível que conseguir.
É que é devido aos nossos empresários, a pessoas que têm por vezes excelentes ideias de negócios e que geram emprego, que a nossa economia avança. Pessoas como por exemplo o Eng. Belmiro de Azevedo, e tantas vezes mal falado por quem trabalha por ser muito rico etc e existirem pobres, mas se não fosse ele a criar tantos hipermercados Continente, e empregos com empresas como Sonaes, como a Sonae.com e sua Clix etc, a nossa economia não teria evoluído tanto, não teríamos tantos empregos, etc.
Há assim dois tipos de pessoas, as empreendedoras (que se podem preocupar ou não com os seus empregados, mas que fazem sempre muita falta à nossa economia), e aquelas que não querem criar o seu negócio, nem por o seu dinheiro em risco ao fazê-lo, e que preferem ter vida fácil a trablhar para terceiros sem mais responsabilidades: os trabalhadores.
E podem existir empresários corruptos e que tentam tramar o empregado para ter o máximo lucro possível (existem sim todos sabemos e enfim é um mal da sociedade), mas apesar de tudo empresários fazem-nos muita falta, pessoas com espírito de empreendedores, e que geram riqueza para si e para outros dando-lhes emprego, mas... se pagarem impostos também, claro.
Mas a meu ver a grande culpa é mesmo dos empregados. O Português tem um grave problema de consciência nacional, quer ganhar dinheiro sem criar empresa, a trabalhar para terceiros, sem se preocupar muito com o trabalho por vezes, trabalhar o menos possível, fazer muitas greves para ganharmos mais dinheiro (por vezes são justificadas mas agora numa altura de crise houve algumas que podiam bem não ter existido), e todos nós conhecemos vários amigos que trabalham para terceiros e se gabam de fazer o menos possível, certo? Ou estou errado?
Há um grave problema com o nosso trabalhador típico, que não ajuda ao desenvolvimento do nosso país, e acaba consequentemente por levar as empresas à baixa produtividade e lucro, e não é só problema dos nossos empresários.
Basicamente, há bons e maus empresários, e há bons e maus trabalhadores, e o Português no geral, teremos de admitir que não se esforça tanto quanto outros países, como no Japão, em que parecem formigas, a trabalhar uns por vezes constantes 7 dias da semana sem descanso e com mais horas por dia do que nós e que até os casamentos são feitos nas suas férias de 1 ou 2 semanas a que têm direito. Não digo que tenhamos de ser assim, mas nas nossas horas podíamo-nos esforçar um pouco mais.
Depois há o problema da corrupção. Visitem locais como os de inspectores e fiscais de qualquer coisa, e verão que nem se dão ao trabalho de esconder os seus carros de 100.000. por vezes dos olhos do público. E os cabazes de Natal que certas empresas lhes levam no fim do ano, etc.
É um país desleixado, cada vez mais corrupto, e lógicamente não teremos empresários santos num país, já que são eles que criam os empregos de terceiros com o objectivo de fazerem lucro também.
Claro que existem também esses empresários com jogadas doidas de fechar empresas e deixar pessoal na miséria com medo do futuro próximo (aqueles que o fazem por ganância, pois muitos fecham mesmo por falta de lucro e viabilidade financeira).
Devido a esta crise, sim há empresas que fazem muito muito mal, e num total desrespeito pelos trabalhadores, mesmo que a empresa tenha lucro, acabam por alegar que devido às dificuldades, só empregam pessoal com licenciatura e a uns 600€ ao mês! E quem quer, entra, quem não quer, que vá embora pois há centenas de milhares de desempregados a querer. Há locais que já vi, com cargos altamente especializados, a tomarem conta de sistemas que afectam um país inteiro, em que um simples erro os pode mandar para o desemprego e provocar dezenas de milhares de euros de perda à empresa, e com cargos dessa responsabilidade, a ganharem 600€ ao mês! As empresas acham que "se queres 600€ ao mês fica, se não queres, vai embora que há muitos que querem vir para cá".
Os empresários aproveitam-se assim da miséria do pobre, e baixam-lhes os ordenados ao máximo para terem mais lucro à sua custa pois sabem que eles se sujeitam a isso pois precisam do dinheiro para viver.
Ou seja, o problema não é de empresários nem de trabalhadores, é mesmo de TODOS. Basicamente a culpa é da consciência do Português. As pessoas estão-se nas tintas, trabalham sem preocupações só para sobreviver sem pensar no futuro e sem quererem saber da empresa, e os empresários aproveitam-se dessa miséria para tentar ganhar mais, e claro está há empresas de rastos a quererem sobreviver e manter os seus postos de trabalho como a TAP e outras, e cujos trabalhadores não compreendem essa necessidade e continuavam com greves como há uns tempos. É um problema de consciência nacional.
Mas a culpa da economia estar assim não é essencialmente de um ou outro apenas, o Estado tem boa culpa nesta equação.
Porque é que as empresas em Espanha têm descontos em água e luz etc para serem mais competitivas e cá não, e quando se fala nisso, há uns quantos que atacam dizendo "os pobres não são ajudados mas querem ajudar os ricos", esquecendo-se que sem esses "ricos" não há emprego nem criação de riqueza?
Porque é que o Estado, que saca tanto, mas tanto imposto dos produtos petrolíferos não baixa os impostos referentes aos mesmos durante esta altura de crise para estimular a economia, e está-se nas tintas o tempo inteiro para essa questão?
Quem já criou uma empresa sabe que, o Estado não ajuda em nada! Digo-vos que se criarem apenas uma empresa Unipessoal, para terem o vosso negócio, o Estado obriga-vos a terem de pagar um mínimo por lei de acho que 200€ ao mês a um contabilista (vá-se lá saber porquê), e que vos obriga a pagarem um mínimo de uns 1300 ou 1500 euros de impostos mínimos no fim do ano, quer tenham lucro quer não? Ou seja, se criarem com algum esforço algumas pessoas, a sua empresazita com 5000€ de capital inicial, irão pagar por ano uns 3500 a 4000 euros ao ano só de contabilista e impostos mínimos! A empresa perde quase todo o seu capital inicial num só ano mesmo que não faça NADA!
É esta a ajuda que o Estado dá a quem quer começar o seu próprio negócio e gerar emprego? Basicamente o Estado ajuda quem tem muito dinheiro a criar empresa, e esses na sua maioria nem querem pois já estão bem na vida. O peixe pequeno que queira criar empresas não o pode fazer e se o fizer tem de ter um excelente lucro mesmo logo à partida e mesmo assim pode não sobreviver.
E quem criar empresa, em cada 3 anos por exemplo, pode tirar os lucros para si, e agora vejamos, se alguém tem lucro de 100€ na empresa, e pagar 25% ao estado por contabilidade organizada, fica com 75€. Se passar esses lucros para o sócio fundador da empresa, e a pessoa pagar uns 42% de IRS, lá fica a pessoa a receber só 43,5€ do dinheiro. Se a pessoa quiser comprar depois algo com esses 43,5€ e paga 20% de IVA (por exemplo) ficará com uns 35€ finais nas mãos, e sem contar com outros impostos.
Basicamente, já repararam que o lucro de uma empresa, desaparece em tantos lados, que a pessoa que o recebe no fim acaba por ficar quase com 1/3 do que realmente gerou de lucro na empresa? É por isso que as pessoas devem criar empresas? para perderem 2/3 do seu dinheiro para o Estado? É por isso que muitos compram tudo em nome das empresas e nunca passam nada para os seus nomes, ou ficariam pobres.
É uma vergonha.
E se a pessoa trabalha por conta própria e paga ainda uns x% ao ano de Segurança Social? Enfim nem quero piorar as contas...
O Estado assim não ajuda à criação do seu próprio posto de trabalho às pessoas comuns, não ajuda empresas já formadas, não ajuda a economia sacando o mais possível de impostos como gasolina, que nos fica mais barato ir comprá-la a Espanha do que cá, e não ajuda os trabalhadores.
Sim porque ataca também os trabalhadores com as regras doidas que andam a ser criadas. E sem falar no rídiculo que é, o Estado ter uma máquina tão grande, com tanto empregado desnecessário, e nem me refiro bem à função pública normal mas sim aos políticos! Nunca me esqueço de ouvir que são pagos dezenas de milhões de euros ao ano a certas instituições de certas Câmaras que gerem apenas aspectos urbanísticos e que chegam a ter 10, 20 administradores!!!
Instituições com tanto administrador, empresas com tantos administradores, tanto político no poder e com tantos acessores, etc.
Entrassemos numa Minarquia, e pagaríamos de imposto uns 2 ou 3% ao ano apenas, e poderíamos ter um país altamente competitivo, onde ficaríamos com grande parte do que ganhássemos, e sem alimentar tanto parasita que a nossa sociedade tem, que só existe para tentar ganhar dinheiro à custa dos outros. Não vou dizer aqui quem considero parasita mas é óbvio.
E porque é que um país tão pequeno como o nosso tem tanto deputado, mais de 200, e cada um deles com os seus gabinetes, e acessores, e cargos políticos eleitos, e tanta centena de milhão de euros gastos em tantos cargos políticos, etc.
Com esse dinheiro seriam feitos montes de hospitais em vez de estarem bebés a nascer a caminho de maternidades, pessoas morrerem a caminho de hospitais por os da sua zona terem sido fechados.
O nosso sistema político a meu ver é uma desgraça total, onde só interessa alimentar a máquina política. E o interior do país? Cada vez mais deserto, há cidades como Miranda do Douro onde se produz tanta electricidade, há lá 3 centrais eléctricas que produzem enorme riqueza em luz e cujos ganhos vão todos para Lisboa sem receberem nada a população local? Já agora, sabiam que é mais rápido ir de Miranda do Douro a Bragança por Espanha do que por estradas nacionais??? É o agradecimento do nosso Estado a estas nossas regiões do interior do país.
O dinheiro ganho no país, como no Norte, na zona do Porto, acaba por ir todo para impostos, para Lisboa, e o Estado acaba por dar prioridade a essa zona, alimentando-se Lisboa assim da riqueza do país inteiro. Vivem as gentes no interior na miséria, desertificação, pessoas a aprenderem alemão para poderem ir para a Alemanha em vez de estarem na sua aldeia sem emprego a vida toda, agricultores sem apoio, pescadores sem apoio, empresas e novos empresários sem apoio, populares sem sistemas de saúde decentes, leis alteradas para tornar a vida fácil a criminosos (numa altura engraçada em que certos julgados em crimes de pedofilia viram os processos em que eram julgados enormemente reduzidos, por coincidência...), onda crescente de criminalidade, etc. E o Estado com esse dinheiro o que faz? Investe só em Lisboa, em ordenados multi milionários para certos cargos, certas nomeações políticas, montes de corrupção que existe, e o povo a viver na miséria.
A meu ver, a nossa situação actual ao estarmos na cauda da Europa deve-se à máquina política que temos. Deve-se a tanta pessoa eleita a ganhar ordenados multi milionários para fazer coisas que uma só pessoa ficaria feliz por fazer por apenas 1000€ ao mês e que faria melhor o trabalho! É um país de tachos, de conivência, de maus hábitos trabalhistas, e seremos assim durante muito tempo. Os Brasileiros até mandam a piada de que estão como estão por terem herdado os maus hábitos corruptos dos Portugueses, e acho que no fundo têm razão.
Para mim, quem ganha dinheiro sem trabalhar ou sem gerar emprego, e que seja à custa de terceiros e não dos seus investimentos (sim porque quem tem dinheiro tem direito a investir e ganhar mais), será sempre um parasita. E todos sabem que tipo de pessoas ganham dinheiro sem fazer algo de útil pelo país, sem trabalhar, sem gerar emprego, e por vezes a ganhar muito mesmo.
A culpa da nossa crise, é global, e é interna, e tão cedo não irá desaparecer enquanto certas coisas não forem feitas.
E quanto a uma possível guerra, tal nunca existirá entre os USA e a Rússia, pois os USA seriam arrasados pela Rússia se existisse guerra a sério entre eles, apesar dos Russos poderem ser arrasados também, e acho que basicamente todo o planeta morreria (como falei aqui [URL]http://www.bolsapt.com/forum/showthread.html?t=188[/URL]), só alguém inconsciente como foi o Bush a meu ver, é que desafiaria e criaria tensões com os Russos para tentar eleger o Mc Cain, mas tirando certos inconscientes que possam existir nunca entraremos em guerra, pois estamos num ponto de morte súbita entre certas potências, em que se se começa algo, todos vamos desta para melhor.
Agora poderão existir outras guerras, os USA já andam a tentar colocar a Amazónia como sendo património mundial em vez de ser do Brasil alegando que está a ser mal gerido (por acaso é verdade mas não têm o direito de retirar as terras ao Brasil), por estar lá 1/3 da água potável mundial e virmos a ter falta de água em breve no futuro, mas duvido que hajam guerras (ainda por cima com o Chavez a querer bases militares russas lá
).
Ou seja, concluíndo, a culpa é de todos, menos minha