O BCP foi o grande vencedor da análise semanal. E outra coisa não se esperava, depois de uma subida de 40% após o breakout! Tendo o BCP vindo a ser exaustivamente analisado nos últimos meses, vou-me focar hoje sobretudo no curto prazo, que será o timeframe mais importante para quem está actualmente dentro (para uma contextualização de longo prazo ver a última análise semanal).
No curto prazo, e como já referi, o breakout da zona de resistência foi absolutamente explosivo. Confesso que não estava à espera de uma reacção tão violenta, apesar de esperar uma subida rápida de uns 15 ou 20%. Estas reacções geralmente são tanto mais bruscas quanto maior for a tensão acumulada e neste caso havia tensão acumulada em redor do marco dos 11,5 cêntimos pelo menos desde o início de 2013!
A pergunta do dia será: "E o que esperar do seu comportamento futuro?". Já o disse e repito, depois do breakout fiquei bullish no BCP e estou dentro desde essa altura. Não existem quaisquer resistências acima do actual valor, o que lhe confere uma grande liberdade de movimento, mas não existem também suportes de relevo próximos, o que condiciona a negociação por falta de referências.
Uma correcção a estes níveis não será de descartar, já que é normal assistirmos a uma tomada de mais-valias quando ocorre uma subida muito brusca, e a falta de resistência obriga a que estas tenham de vir a ser criadas. Por outro lado, as subidas bruscas dão nas vistas, o que traz mais intervenientes para o mercado.
É totalmente impossível para já tentarmos antecipar onde abrandará este movimento. Não há indicador que no-lo diga, e uma saída precoce só porque já subiu demais poderá condicionar todo o potencial de lucro. Só por curiosidade, para os amantes de indicadores, o BCP está sobrevendido desde o dia do breakout! Quem desse demasiada importância a esses indicadores nunca teria comprado no breakout.
No que me toca, o que farei? Diz-se em Wall Street que não se deve virar costas a um lucro rápido. Eu concordo, mas também concordo com o adágio que defende a não limitação dos ganhos. Então, o que faço nestas situações? Geralmente meto um stop que me permita trancar uma parte do lucro mas que permita ainda assim a livre oscilação do mercado. Temos actualmente um ténue suporte nos 14,2 cêntimos e será essa zona a minha referência em termos de stop. É distanciada o suficiente da zona de cotações para permitir ao mercado respirar (13,2%) mas lucrativa o suficiente para não incorrer num golpe psicológico em caso de inversão (20%).
Como já referi muitas vezes, eu sigo uma estratégia muito pessoal e adaptada ao meu processo e timeframe de negociação, que não se adapta certamente a grande parte dos investidores. Não deve por isso ser replicada, apenas a partilho para satisfazer a curiosidade de quem mo pergunta com alguma regularidade. Existe ainda outra alternativa, talvez mais viável para quem não aguente um potencial de perda de 13%. É o scaling out da posição, estratégia que eu tantas vezes abordo nos workshops. Neste caso em concreto a estratégia consistiria num alívio parcial da posição (25%, 50%, depende) nesta zona ou um pouco mais acima, reduzindo-se o montante total exposto até uma zona de maior conforto psicológico.
Estratégia que não deve ser seguida é a venda total da posição "só porque já subiu muito". Nunca se sabe até onde se pode prolongar um movimento bullish, e ver uma posição que vendemos continuar a subir depois da nossa decisão é quase tão doloroso e marcante a nível psicológico como ver cair uma posição que acabamos de comprar. Não se brinca com a psique da negociação!