A Portugal Telecom foi a vencedora da sondagem semanal. Desde a última análise houve algumas alterações neste título, nomeadamente devido ao anúncio de fusão com a OI no dia 2 de Outubro. A vela desse dia é fantástica, com a euforia a levar ao rompimento temporário de tudo o que eram resistências no intraday. Mas, numa súbita alteração do estado de espírito, a PT fechou o dia praticamente no vermelho! É importante para a nossa análise tentar compreender se a fusão com a OI é motivo para a euforia maníaca que resultou numa subida intraday de 23% ou se é mais motivo para o sentimento depressivo que se tem vivido desde então e que levou já a uma quebra de 27% desde o pico.
Na minha opinião a fusão é positiva para o longo prazo. A PT vai ganhar um enorme poder concorrencial, vão ser geradas sinergias, e a exposição a um mercado brutal como o Brasileiro trará certamente retorno a seu tempo. A OI tem o potencial de penetração territorial, a PT tem o Know-How (de recordar que, mesmo no mercado Brasileiro, a PT tem muito mais experiência em alguns sectores do que a própria OI!).
Porque teimam então os preços em cair? Se estivesse tudo à volta a cair apontar-se-ia certamente ao mercado essa responsabilidade. Estando os restantes títulos em franca valorização, não poderá justificar-se a quebra por aí! Penso que o motivo que está a afastar os outros investidores da PT é o mesmo motivo que me afasta a mim próprio: a incerteza! Não a incerteza relativamente ao potencial benéfico da fusão, como disse penso que essa fusão trará retornos no longo prazo (5-10 anos). É sobretudo a incerteza de curto prazo em redor da fusão e de tudo o que ela implica, especialmente no que diz respeito à necessidade de capitalização da PT, da OI e das subsidiárias. Zeinal Bava falou em necessidade de aumento de capital e os investidores tremeram. De tal forma que o próprio estado fugiu a sete pés na primeira oportunidade! Soube-se esta semana de forma mais concreta em que consistirá este aumento de capital e de que valores estamos a falar, mas ainda assim restam-me imensas questões. Será esta fase de aumento de capital suficiente para a recapitalização total da empresa? Bem, vamos à AT que essa não engana...
Tecnicamente a PT está a desenvolver uma curiosa sequência de padrões de inversão contrários. Apesar de num timeframe mais amplo nos parecer existir uma lateralização, a amplitude de movimentos na ordem dos 40% permite-nos considerar o carácter de inversão destes padrões. O último a confirmar-se foi um H&S, que aponta agora para os 2,95€. Apesar desta indefinição de curto-médio prazo, no longo prazo não existem dúvidas da tendência descendente na PT! Basta fazer um pouco de zoom out ao gráfico para perceber que o anterior H&S representou um novo máximo relativo inferior ao anterior máximo (lower-high) e que o duplo fundo representou um novo mínimo relativo inferior ao anterior (lower-low). Quer isto dizer que até à quebra deste padrão, que já vem a acontecer desde 2010, não poderemos sequer pensar numa potencial inversão na PT.
O que teria de acontecer, no curto-médio prazo, para eu ficar optimista? Teria de verificar-se uma quebra em alta do lower-high situado nos 3.73, precisamente para sinalizar uma potencial inversão na tendência de longo prazo. Até que tal aconteça, e mesmo que tenhamos nova vinda cá acima, uma entrada de longo prazo parece-me demasiado arriscada. E se considerarmos a quantidade de acções em redor da PT com óptimo aspecto técnico, arriscar agora uma entrada na PT deixa de ser apenas arriscada e passa também a ser desnecessária. Há mais e melhores oportunidades mesmo ali ao lado!
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