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tiagopt 04-06-2012 18:10

Psicologia por detrás dos suportes/resistências e das Linhas de Tendência
 
Por que motivo um suporte e uma resistência enfraquecem quando têm muitos toques e as linhas de tendência ganham força a cada toque extra?
Para analisar a base de um suporte peguemos num exemplo concreto. Uma empresa estável, com cotações pouco oscilantes e que cotava nos 10€ de um dia para o outro viu as suas cotações dispararem 50%. Todos os investidores que estavam hesitantes em comprar até esse ponto e que acabariam por não entrar viram o título disparar, ficando com os 10€ profundamente marcados na sua mente, juntamente com um sentimento de arrependimento. Todos os investidores que compraram nos 10€ e ganharam 50% num dia ficaram com esse valor registado na mente, lado a lado com um forte sentimento de satisfação. Esta dualidade de sentimentos fará toda a diferença numa aproximação futura ao preço em causa e, quanto mais fortes forem os sentimentos gerados, maior será a força do suporte/resistência.

A cotação subiu mais 100% nos meses seguintes e, fruto da tomada de mais-valias dos investidores que tinham comprado a 10€ (entre outros), atingiu um topo e começou a regredir. Passados 4 meses voltou a aproximar-se dos 10€. Todos os investidores que ganharam dinheiro com aquela subida fulgurosa a partir dos 10€ vão recordar-se desse valor e associá-lo a mais subidas. Todos os que não tiveram oportunidade de entrar vão olhar para esse valor e associá-lo à oportunidade que perderam. E de ambos os lados vão surgir ordens de compra nesse valor, criando a base de um suporte. Quando a cotação descer até esse nível, surgirão logo ordens de compra para a fazer voltar a subir. E se a inércia ou a pressão vendedora voltarem a levar os preços à zona de suporte, uma vez mais as cotações serão afastadas por mais algumas ordens satisfeitas.

Mas se a pressão vendedora se mantiver e a zona dos 10€ for testada por diversas vezes sem uma subida considerável para voltar a alimentar a euforia, as ordens de compra de quem espera ansiosamente por nova subida fulgurante vão acabar por esgotar-se, quebrando o suporte em baixa. É este o motivo que leva um suporte a ficar mais fraco cada vez que é testado. A cada teste queima um pouco mais do combustível responsável pela repulsa das cotações dessa zona, as ordens de compra dos entusiastas e dos optimistas.
E exactamente o mesmo se passa com as zonas de resistência, mas num sentido inverso... Perdas avultadas levam a comportamentos condicionados na zona em que estas ocorreram, que originam pressão vendedora em preços que representam marcos negativos, e por aí em diante.

Sem querer aprofundar este factor determinante, um suporte/resistência será mais ou menos poderoso se a sua quebra tiver ocorrido com mais ou menos volume. Quanto maior o volume, (regra geral) maior será o número de intervenientes envolvidos, o que leva a um maior número de pessoas a tentar comprar/vender no momento em que as cotações atingem determinado valor.

No que diz respeito às linhas de tendência, elas não funcionam da mesma forma. Estas linhas são, como o próprio nome deixa adivinhar, indicadores de tendência, que acompanham o crescimento tendencialmente exponencial de um título ao longo do tempo. A razão de ser da sua existência é ainda obscura, não havendo uma explicação consensual para uma evolução tão linear ao longo de meses e, em alguns casos, anos.
Na minha opinião, o desenvolvimento por “auto-profecia” não deve ser colocado de parte.

Quando alguém faz uma entrada com base numa linha de tendência fá-lo porque provavelmente viu num gráfico que houve uma reacção a essa linha. Tal como determinadas médias móveis, que são historicamente vistas como referências de tendência, as linhas de tendência também funcionam melhor nos mercados em que uma maior percentagem de investidores se baseia em indicadores técnicos para tomar as suas decisões.

De cada vez que uma linha de tendência é detectada, mais investidores olham para ela como uma referência futura. Não só uma referência de tendência mas também uma referência de entrada/saída. E à medida que uma linha de tendência ganha consistência através de toques com reacção, mais investidores têm oportunidade de a descobrir, aumentando o número de pessoas que ficará expectante ao seu desenvolvimento e, consequentemente, aumentando também o número de novas ordens disponíveis sempre que exista uma aproximação.

E para ser uma linha tecnicamente considerável tem também de ser minimamente óbvia. Se for “arrancada” com muita arte e ginástica, sendo apenas percepcionada por quem a desenhou, todo o mecanismo que a envolve ficará neutralizado.
Parece-me de extrema importância que se compreenda em que se baseiam os principais indicadores técnicos. É essa compreensão do mercado e dos seus “sinais e sintomas” que nos vai permitir ajustar ordens e movimentos à constante mutação da realidade económica e financeira em que negociamos.

Fonte: [url]http://surfaratendencia.blogspot.pt/[/url]


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