Acções da General Motors caem para mínimo de 65 anos com empresa à beira do colapso
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Acções da General Motors caem para mínimo de 65 anos com empresa à beira do colapso
Os títulos da fabricante norte-americana de automóveis General Motors encontram-se em forte queda na Bolsa de Nova Iorque, uma vez que a empresa está a perder dinheiro a uma velocidade considerável e a aproximar-se cada vez mais da falência absoluta, a menos que o Governo dos Estados Unidos intervenha para salvar a empresa.
Pedro Duarte
Segundo os analistas citados pela agência Bloomberg, apenas a ajuda do Governo federal poderá salvar a General Motors (GM), uma vez que uma reorganização da empresa através de um pedido de protecção dos credores (conhecido como falência sobre o capítulo 11 da Lei) poderá não ser possível, uma vez que a crise de crédito eliminou as possíveis fontes de financiamento da companhia.
"A falência estratégica não é uma opção para a General Motors. Isto é uma questão de funcionar ou de não funcionar", disse à Bloomberg Mark Oline, analista de crédito da Fitch Inc.
As perspectivas de uma falência completa e irrecuperável da empresa dá mais força aos pedidos da GM para obter dinheiro do Governo, depois de ter alertado no passado dia sete de Novembro que poderá ficar sem dinheiro para funcionar até ao fim do ano. No dia 30 de Setembro, a GM detinha 16,2 mil milhões de dólares, e necessita de 11 mil milhões de dólares por mês para pagar as suas contas.
"Uma falência [sob o capítulo 11] não irá solucionar os nossos problemas imediatos de liquidez", disse a porta-voz da GM Renee Rashid-Merem, que adiantou que esse tipo de falência "não é uma opção para a GM, porque cria mais problemas do que os que resolve."
Na passada sexta-feira, o CEO da GM, Rick Wagoner, afirmou à Bloomberg que as vendas da empresa nos EUA, que caíram 45% em Outubro, "seriam devastadas" por um pedido de falência, sendo que as "consequências inimagináveis" desta acção motivaram a empresa "para obter dinheiro de qualquer modo possível."
Às 17h39 (13h39 em Nova Iorque), as acções da GM caem 14% para os 2,90 dólares, depois de ontem o papel ter atingido o valor mais baixo dos últimos 59 anos, no seguimento de uma nota de análise do Deutsche Bank, que avisava que os títulos poderão não ter qualquer valor dentro de um ano.
Tanto a GM como as suas rivais Ford Motor e Chrysler estão a pedir ajudas governamentais no valor de 50 mil milhões de dólares para as ajudar a ultrapassar o pior mercado automóvel dos últimos 17 anos, mesmo depois do Congresso ter aprovado em Setembro ajudas de 25 mil milhoes de dólares a estas empresas para as ajudar a reconverter as suas fábricas para veículos mais eficientes em termos de uso de combustível.
Os especialistas notam que existe "cada vez mais apoio" no Congresso para dar apoio financeiro à GM e às restantes fabricantes automóveis, sendo que a principal questão é saber "como é que isso vai ser feito e a que preço para os accionistas e credores" das firmas.
Ontem, o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, encontrou-se com o presidente em exercício do país, George W. Bush, tendo ambos debatido a urgência de um plano de ajuda ao sector automóvel norte-americano.
Vários especialistas, como Bill Ackman, gestor do fundo 'hedge' Pershing Square Capital Management LP, consideram que a GM não deveria receber dinheiro do Governo, uma vez que "está em dificuldades há anos, porque tem demasiadas dívidas e tem contratos que não são económicos", devendo a empresa pedir uma falência pré-preparada, com financiamento para a manter operacional sob protecção dos tribunais.
Mas segundo a CreditSights Inc., esta opção poderá ser difícil, uma vez que este tipo de linhas de financiamento para empresas em processo de falência sob o capítulo 11 "estão basicamente encerradas" devido à forte aversão ao risco por parte das instituições de crédito.
Para a analista do sector Maryann Keller, citada pela Bloomberg, a GM não teria escolha senão fechar as portas.
"Neste mundo [do sector automóvel], não se entra em reorganização sob o capítulo 11. Vai-se para a liquidação sob o capítulo 7 [que estipula o fim puro e simples da empresa]", disse.
O Centro de Pesquisa Automóvel do Michigan estima que uma falência da GM significaria a perda de 2,5 milhões de empregos só nos EUA no primeiro ano.
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[url=http://diarioeconomico.com/edicion/diarioeconomico/internacional/empresas/pt/desarrollo/1183103.html]Diário Económico[/url]
A parece estar mesmo perto do fim... Andam a salvar os bancos mas não vão salvar tudo o que vá à falência pelos vistos. :p
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