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Crashh 30-07-2009 02:21

Vão trabalhar, malandros
 
Esta já é velha mas acho importante ser colocada aqui:

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Vão trabalhar, malandros

Trabalhar para o Estado é melhor que trabalhar para os privados? No dia 23 de cada mês, é. É o dia do pagamento. O pior são os outros 29 dias. Emprego há sempre, trabalho não.

Olhar para as médias é ingrato, porque uma generalização favorece os muito maus e é injusto para os melhores. Isso é válido para estas frases e para o estudo do Banco de Portugal (Maria Manuel Campos e Manuel Coutinho Pereira), que actualiza a diferença entre salários no Estado e fora dele: os trabalhadores do sector público auferem um salário médio "claramente acima" dos seus congéneres do sector privado. Quão acima? Era 50% superior em 1996, passou a ser 75% em 2005. A assimetria, diz o estudo, é ainda maior quando se calcula o salário por hora (trabalha-se menos horas no Estado).

Ganha-se mais dinheiro, trabalha-se menos horas e o risco de despedimento é zero. Humm... Que paraíso é este?

Não é paraíso algum, é um inferno para o País que o alberga, que paga estes custos para uma produção baixa e serviços mal prestados. Em média... A culpa é, portanto, dos funcionários públicos, certo? Errado. Quem tem de trabalhar mais são os seus chefes, os dirigentes.

Não é preciso ser um perigoso neoliberal para concluir que o Estado tem gente a mais ou trabalho a menos; custos altos e produtividade baixa. O pecado original vem de trás, quando desenfreadamente se subcontratou (na era Cavaco) e contratou (época de Guterres). Que fazer?

Hipótese 1: despedir. Impossível. Todas as circunvalações inventadas para dar a volta à questão (excedentários, supranumerários, mobilidade) falharam. Hipótese 2: fazer uma "desvalorização competitiva dos salários". É o que foi feito na última década, com aumentos salariais abaixo da inflação e, desde 2005, com o congelamento das progressões, uma medida cega para suspender outra medida cega (as progressões automáticas eram uma imbecilidade que dissuadia o mérito e a criatividade: o melhor era estar quieto e nunca pôr em causa o chefe). O problema foi que esse comportamento da última década foi mau para os dois lados: quem recebe compara os aumentos com a inflação; quem paga devia comparar com a produtividade. Daí que o aumento de 2,9% deste ano seja uma aberração eleitoralista.

Se as pessoas trabalham pouco ou mal, a culpa não é sua, mas de quem as contratou e as gere. E quem gere na administração pública ainda é (em média...) quem o partido gosta, quem a cunha prefere e quem a antiguidade protege.

Era tudo isto que esta reforma da Administração Pública queria dinamitar. Mas o secretário de Estado que desenhou uma reforma perfeita no papel, João Figueiredo, foi-se embora antes da obra. O arquitecto não quis ser engenheiro e o resultado é pífio. As progressões tornaram-se mais lentas (em média, passou de três para dez anos), as avaliações continuam omissas. Há ainda dirigentes do Estado que não respeitam as ordens do ministro, não definem objectivos, não avaliam os funcionários (contra o interesse destes!), e passam incólumes a essa "desobediência civil". No final, esses funcionários estão a ser avaliados... pelo "curriculum"! É a negação da reforma.

A Administração Pública tem muitos chefes relapsos e bloqueadores, que derrubam com a inércia o que põe em causa o seu posto. Sobram os funcionários e 1.500 proscritos no quadro de mobilidade, um fracasso onde na prática estão de castigo os que não aceitam ser transferidos de serviço.

A reforma da Administração Pública era a mãe de todas as reformas. No fim da legislatura, a mãe falhou. Venceram os filhos da mãe.
In [url=http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?id=378274&template=SHOWNEWS_OPINION]Jornal de Negócios[/url] (Pedro Santos Guerreiro)

Eu acho super importante dar importância a este tema. E eu próprio sei do que falo pois há muitos anos cheguei a trabalhar para o Estado, ainda antes de conhecer a Bolsa, e trouxe de lá várias recordações. Uma delas foi receber como primeira pergunta por parte dos funcionários do local para onde fui, o seguinte: "de que partido é?".

Sei bem que havia gente a mais, para trabalho a menos, e sei bem da quantidade de gente que vai parar ao Estado por fazer parte deste ou daquele partido. Cheguei a ver chefes a andarem com pessoas ao lado, a procurar lugar para as sentarem, no tempo dos "Jobs for the Boys" por não terem onde as colocar e haver excesso de estagiários novos, impostos pelos partidos, no local onde estava. Apesar de não ligar a partidos, mas sim às pessoas e às minhas ideologias, ao saber que a maioria do pessoal que estava naquele local de trabalho eram de Esquerda, lembro-me de uns dias antes de sair de lá (sim porque quis sair), ter encontrado uma tshirt do PSD (não por gostar do partido em si mas pelo prazer de os contrariar) que tinha uns papagaios coloridos e dizia "Eles só falam, nós trabalhamos", e ter andado com ela por lá e irritá-los ao máximo por isso. Foi mesmo essa a intenção. Até pensei andar com uma tshirt do Salazar mas acho que aí era morto, por isso não arrisquei. :lol:

Mas basicamente, há gente a mais no Estado, e é a mais pura das verdades. E não serve de nada fazer avaliações e tentar tirar quem tem notas mais baixas, sabem porquê? Porque obviamente, são as pessoas de certos partidos e as que entram por cunhas, e amiguinhos de xyz, que têm as melhores notas, e não os melhores trabalhadores em si. Expulsar pessoas pelas notas fará com que os mais inaptos (regra geral) fiquem lá.

É uma corrupção viral, e chegou a um ponto em que as soluções são difíceis de encontrar, como expulsar a maioria dos incompetentes da máquina de Estado, se esses são os que entram pelo partido e cunhas, e etc??? Com o Estado no poder (é claro que o Estado tem e continuará a ter poder), essas pessoas continuarão lá, e é uma tristeza. Já os Brasileiros se queixam de terem apanhado os hábitos corruptos dos Portugueses.

Como costumo dizer, fomos um país de grandes homens, de conquistadores, navegadores, seres geniais, mas esses morreram todos nas conquistas e batalhas, e só ficaram talvez os corruptos e incompetentes em Portugal a procriar (e claro outras boas pessoas como agricultores, etc, nem tudo é mau). Mas hoje em dia somos um povo de corruptos, vigaristas, conformistas, e pessoas que nasceram para trabalhar a vida toda sem refilar, como formigas, que nasceram para ser escravos. É o país ideal para a proliferação da corrupção.

Hong Kong foi eleita a economia mais livre do mundo, e é engraçado ver a riqueza e prosperidade que atingiu, e as dezenas de vezes mais baixos impostos que têm em relação a nós. É apenas um de muitos países que têm impostos bem mais baixos com muito menos funcionários públicos inúteis para alimentar.

Cada vez que me lembro de ouvir falar nos 20 milhões anuais ou lá o que era, de ordenados para 20 administradores (ou algo assim, os dois 20 fazem-me pensar que um dos números é maior), que seriam pagos aos administradores da EPUL, ficara parvo. Tirem os 20 de lá, ofereçam o cargo a quem queira trabalhar por "apenas" 5.000€/mês e ganhar currículo com isso, e poupam milhões e terão decerto melhores resultados.

Se tivermos uma função pública mais eficiente, e com muito menos pessoas, teríamos de pagar MUITO MENOS impostos. E porque temos metade dos deputados do Brasil quando temos 20 vezes menos população? Não deveríamos ter 20 vezes menos deputados em proporção? Quantos milhões não são gastos em deputados, acessores, secretárias, gabinetes, secções criadas para amigos, despesas, carros, tudo???

Cortem esses MUITOS milhões a essas pessoas que lá não fazem nada, e teremos muito mais dinheiro livre para construir hospitais, pagar menos impostos, viver melhor.

Vejam o significado de:

"parasita"
- 1. Que come ou vive à custa alheia.
- 2. Fig. Inútil, supérfluo.

Temos neste momento muita gente inútil no Estado, supérflua, que está lá a mais, que comem inevitavelmente à custa do contribuinte. Andamos a pagar mais e mais impostos, e a perder mais e mais hospitais, para quê? Para alimentar milhares de parasitas que infestam a nossa sociedade. Sigamos um pouco o conceito de Minarquia.

São esses parasitas a vergonha do nosso país e o que o impede de avançar. A meu ver, enquanto não reduzirmos em muito o Estado (mas atenção, começando pelos que estão mais próximos do poder, reduzam deputados, acessores, etc, e os seus salários), continuaremos a ter muitas bocas para alimentar. Continuaremos a ter pessoas que mal comparecem às assembleias, que passam o dia a dormir nelas, e a ganharem dinheiro que muitos velhotes recebem a menos nas pensões e que morrem por vezes por isso.

O engraçado é que essas pessoas, em vez de terem vergonha de serem o que são, têm orgulho, por estarem num cargo qualquer de poder. Eu teria vergonha de exercer um cargo desses. Mesmo que eu fosse um excelente profissional (há bons profissionais lá e em todo o lado), sentiria vergonha pelos menos colegas, e por ganhar tanto dinheiro a mais por algo que não merecia.

Tirem os tristes dos advogados de cargos desses, que faltam às assembleias por razões profissionais, porque acham que na assembleia não ganham o suficiente para abdicar da carreira. Se eles têm emprego, dêem esse cargo a alguém sem emprego, e que irá trabalhar por prazer e não por dinheiro. Coloquem pessoas fortes e com ideais nesses bancos em vez de oportunistas sedentos de mais uns euros ao mês.

Já repararam na quantidade de advogados que há nesses cargos? Eu digo às vezes na brincadeira algo do género: "De advogados e políticos está o inferno cheio". Já vi vários advogados chegarem a uma cidade para fazer algo, e em vez de ir logo embora, vão perder umas horas a fazer compras, a passear, e quando pergunto "já não é tarde para voltar a Lisboa?" me dizem "Achas? Estou a ser pago à hora, vou aproveitar". E foi-me dito isto com uma cara de orgulho. Ele sentia-se orgulhoso a dizer-me isto, em saber que era pago para algo e que se aproveitava disso para ganhar mais dinheiro, orgulho em roubar o próximo... É a este tipo de pessoas que o dinheiro vai parar. Não falo dos advogados em si mas de pessoas deste género. É engraçado que grande parte dos deputados são advogados...

Ontém, ao ouvir a Ferreira Leite falar que não se deveriam aumentar os impostos a quem ganha mais de x, não consegui deixar de pensar que com isso todos aqueles políticos que estão a ganhar rios de dinheiro de várias formas, vão continuar a dar milhões de prejuízo ao Estado todos os anos à nossa custa. E apercebi-me de acabou de dar um tiro no pé e já não se safará nas eleições. Vi reacções em sites do género "Era do PSD e deixei de ser hoje", ou "Sou do PSD mas não deste PSD". É garantido pelos vistos que vamos continuar mais uns anos com o mesmo ministro no poder. Mas sinceramente, não vejo alternativas, não vejo ninguém diferente hoje em dia com chances de ganhar e que alterasse algo.

E sinceramente é o que o povo Português merece, por ser tão conformista e sentir-se tão bem a pagar tanto imposto para alimentar parasitas que se gabam de serem isso mesmo. Mas acho que deste que o país vá mudando, pode melhorar, já que piores é difícil que fiquemos. :p

Paguem menos ordenados a quem não faz nada, e pagaremos menos impostos, poderemos poupar mais, as empresas terão mais lucro e desenvolver-se-ão mais e darão mais emprego. Acabará o ridículo de uma pessoa abrir uma empresa unipessoal e pagar uns 2.000€/ano quer tenha lucro quer não (que bela forma de incentivar as micro empresas), façamos mais hospitais, paguemos a mais médicos, desenvolvamos mais o país. Acabem com o que atrasa o país, a corrupção, as pessoas que ganham dinheiro que não merecem e que vivem à custa do povo, e teremos um país bem melhor...

"Ninguém é mais irreversivelmente escravizado do que aqueles que falsamente acreditam ser livres.”
Goethe


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