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tiagopt 02-08-2013 18:02

Cheira a Napalm no PSI-20
 
Cheira a Napalm no PSI-20... foi este o pensamento que me ocorreu enquanto fazia esta semana pela primeira vez desde há uns meses uma revisão geral à totalidade das empresas do índice.
Um pensamento totalmente oposto ao que tive em inícios de 2009, quando a fazer uma revisão à lista de acções americanas que sigo detectei cerca de 15 h&s de inversão (ainda deve haver por aí um post sobre isso). "Só um louco abriria posições longas neste momento", pensei na altura. E não as abri...

Hoje penso o mesmo relativamente ao PSI-20. Logo agora que a economia parece querer transmitir uma inversão é que os gráficos me dizem para abrir posições curtas? Só um louco o faria! Em 2009 fui "sensato" o suficiente para não abrir as posições longas. Em 2013 não vou cometer o mesmo erro. Vou ser um louco disciplinado, seguir o método e abrir posições curtas.

Pela minha análise concluí que 11 das 20 cotadas apresentam activados ou próximos da activação poderosos (na maioria dos casos) padrões de inversão. O próprio índice activou sem sombra para dúvidas um duplo topo muito bem definido, e nem a quebra em alta da resistência correspondente ao ponto de activação inviabiliza essa realidade. Deixo abaixo algumas das imagens recolhidas, penso que falam por si. Ao longo dos próximos tempos tentarei fazer-lhes uma análise individualizada e mais completa. Para já fica o aviso aos longos, o PSI-20 está a indiciar claros sinais de fraqueza...

tiagopt 15-08-2013 11:47

Dado o actual momento de moderado optimismo no que diz respeito ao PSI20, decidi fazer-lhe uma análise aprofundada, para tentar descortinar o sentido em que rumará o mercado nos próximos tempos.

Desde que a crise do subprime atingiu o PSI20, em 2007, já se perdeu quase 60% do seu valor. Este fortíssimo bear market, em tudo semelhante ao ocorrido após o colapso da bolha tecnológica, tem arrastado inúmeros investidores portugueses para fora do mercado de capitais. Passaram já seis anos desde o início do ciclo de quedas e a esperança numa recuperação definitiva teima em regressar. Regressará um dia? Certamente que sim, mas tenho fortes e fundadas dúvidas que esse dia seja hoje. Se nos distanciarmos um pouco do ruído que nos envolve diariamente e nos turva o pensamento conseguiremos com maior facilidade e clareza analisar a actual situação do PSI20.

A teoria de Dow, teoria em que assenta toda a minha prática em termos de negociação técnica, baseia-se em três simples princípios. A tendência primária, que pode durar entre um e vários anos, define-se por marcar a direcção principal do mercado/título. Os intervenientes no mercado com um perfil de investimento negoceiam a favor da tendência de longo prazo, geralmente quando esta é ascendente.
A tendência secundária, que pode durar entre três semanas e alguns meses (raramente mais de um ano), está associada aos ciclos de médio prazo e ocorre contra a tendência principal. A tendência secundária é negociada sobretudo por positional traders.
A tendência terciária, ou ruído, é caracterizada por movimentos curtos, muitas vezes erráticos, e geralmente dura menos de um mês. O ruído tem amplitude suficiente para ser negociado por daytraders mas é geralmente ignorado pelos positional traders e pelos investidores de longo prazo.

Voltando ao PSI20 podemos ver que a tendência principal descendente, caracterizada por máximos relativos cada vez mais baixos, se mantém inalterada. Desde que o pico de 2007 foi atingido tivemos um máximo relativo em 2009, outro em 2011 e o actual, em 2013. Todos esses máximos relativos falharam em romper com o nível do seu antecessor, apresentando inclusivé características técnicas bastante semelhantes. Todos estes movimentos de contraciclo terminaram em forma de duplo topo (Adão & Adão, Adão & Eva, Adão & Adão, Adão & Eva). E sim, o actual movimento pode já ser caracterizado como um duplo topo. A linha de suporte foi quebrada, a activação foi consumada, e nem a sua quebra em alta é (para já) suficiente para inviabilizar este padrão de inversão. Repare-se que o actual movimento é em tudo semelhante ao que ocorreu em 2009/10, onde vimos uma aproximação aos máximos relativos já depois de o duplo fundo ser activado precisamente antes de o movimento principal descendente continuar.
Posto isto, o que seria necessário acontecer para vermos consumada uma inversão definitiva das tendências primária e secundária?



Depois de verificada a tendência primária descendente do PSI20 importa analisar o actual momento para tentar antever quais serão os seus próximos movimentos.
Comecemos pela tendência secundária. O movimento ascendente, iniciado em Junho de 2012, que permitiu ao índice recuperar 46% em pouco menos de um ano teve por base um consistente padrão de higher lows. Significa isso que cada mínimo relativo ia sendo mais elevado que o anterior.

A interrupção desse padrão coincidiu com a activação do duplo topo, em Junho de 2013, depois da quebra em baixa do suporte situado nos 5535 pontos. Após a activação, que aconteceu sob volumes crescentes, pôde definir-se que a projecção para este duplo topo aponta para os 4800 pontos.
O pullback ao suporte quebrado (apesar do fraco volume) não encontrou resistência e abriu caminho para um movimento terciário. Este movimento, o actual, acabou por se confirmar em definitivo após uma ilha de inversão criada com forte volume ascendente.

Embora este movimento de alta já leve cerca de 15% de ganho e um mês de duração, dificilmente se poderá esperar que dure muito mais tempo. Como se viu anteriormente, as tendências dominantes são claramente de baixa e nada leva a crer que isso se venha a alterar com base neste movimento terciário. Se associarmos o actual momento ao aparecimento de diversos padrões de inversão nos títulos que compõem o índice, parece confirmar-se que esta subida será mais uma bull trap.

Felizmente, é muito provável que venhamos a descobrir em breve a direcção que o mercado tomará nos próximos meses. Se o actual movimento se estender e quebrar em alta e de forma consistente os 6360 pontos poderemos assistir de facto a uma inversão definitiva de tendência, em todos os horizontes temporais. Se, pelo contrário, a pressão vendedora se intensificar e a zona da ilha de inversão for quebrada em baixa, confirma-se mais um ciclo descendente na tendência secundária.
Por muito gosto e tranquilidade que me desse inverter as posições curtas para posições longas, nada do que vimos actualmente me leva a acreditar que estejamos perante o momento da inversão definitiva. Até que o anterior higher low de longo prazo seja quebrado em alta todas as tentativas de aproximação deverão ser aproveitadas para reforçar as posições curtas.



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