Euribor vai continuar a descer nos próximos dois anos
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Euribor vai continuar a descer nos próximos dois anos
Descidas consecutivas da Euribor não pressionam o BCE, que estuda novos meios para reanimar os mercados, para descer os juros.
Luís Reis Pires
As taxas Euribor, o principal indexante do crédito à habitação, voltaram ontem a cair, pela 49ª sessão consecutiva, para 3,155%, e aproximaram-se ainda mais da taxa de juro de referência do Banco Central Europeu (BCE), situada nos 2,5%.
A tendência de queda parece ser para continuar, pois os mercados de futuros apontam para que as Euribor continuem em queda – e abaixo dos 3% – em 2009 e 2010, só tornando a subir para níveis superiores a 3% em 2011. E as descidas consecutivas da Euribor estão, aliás, a antecipar um novo corte no preço do dinheiro já em Janeiro.
Mas tal facto “não pressiona, necessariamente”, o BCE, no sentido de cortar os juros em Janeiro, afirma Cristina Casalinho. A economista-chefe do BPI explica que “há espaço para a Euribor continuar a cair, mesmo sem o BCE descer a taxa directora”. O economista-chefe do Santander, Rui Constantino, concorda e lembra que “ainda há um grande diferencial – cerca de 70 pontos base – entre o valor das Euribor e da taxa directora do BCE”.
Jean-Claude Trichet, avisou segunda-feira, aliás, que “é necessário os mercados assimilarem os cortes já efectuados” antes de surgirem novas descidas. O que abre a possibilidade do BCE dar um descanso aos instrumentos de política monetária no início do ano.
Com ou sem corte em Janeiro, o certo é que “as taxas de juro vão continuar a descer em 2009”, diz José Zarate, economista da 4cast. Opinião partilhada por Cristina Casalinho, que acredita que o BCE “não vai ficar por aqui” e que os juros vão chegar a “1% em 2009”.
BCE estuda criação de uma câmara de compensação
A autoridade monetária da zona euro está a considera medidas alternativas para reactivar os mercados, antes de esgotar as munições da política monetária.
O vice-presidente do BCE, Lucas Papademos, disse que o banco central poderá criar uma “câmara de compensação para garantir os empréstimos que os bancos fazem entre si” e, ainda, cortar na taxa de juro sobre os depósitos que os bancos têm no BCE. Ao cortar as taxas dos depósitos, o BCE torna menos atractiva a possibilidade de os bancos guardarem no banco central os fundos excedentários. Passa a ser mais atractivo ter o dinheiro a circular no mercado. Mas José Zarate avisa: “É uma medida que funciona em teoria” mas que, “na prática, os bancos, sem confiança, podem continuar a preferir ter o dinheiro depositado”.
Por isso Cristina Casalinho diz que tal medida pode só ter impacto com a criação da câmara de compensação, que “pode ser a solução” para reabrir os mercados. Porque, ao fim ao cabo, a câmara funciona como uma espécie de avalizador dos empréstimos interbancários, garantindo ao banco, que cede os fundos, o reembolso da quantia, em caso de incumprimento do banco a quem emprestou dinheiro. O que acaba por “eliminar o risco de crédito” e ajuda a “recuperar a confiança do mercado”.
Dólar com a maior queda face ao euro
O dólar teve a maior queda em relação ao euro desde a criação da moeda única, em 1999. Depois de a Reserva Federal ter descido a taxa de juro para 0%, os mercados cambiais reagiram de imediato, com a moeda norte-americana a recuar 3% em relação ao euro – o que corresponde a 1,4437 euros por dólar – e cerca de 2,3% em relação a um cabaz que inclui divisas dos seis principais parceiros comerciais. Uma desvalorização que representa uma perda de valor de 11% em relação aos máximos atingidos a 21 de Novembro. À agência Bloomberg, Russel LaScala, ‘trader’ do Deutsche Bank, disse que “este movimento é histórico”. Brian Dolan, do FOREX.com, disse que “a maior razão para esta fuga é a decisão, por parte da Fed, de começar a imprimir dinheiro, inundando o mercado com dólares e aliviando a política monetária”.
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Só falta agora ver a tendência dos spreads, os bancos é possível que os subam um pouco. :ybiggrin:
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